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Um pouco da História do Festival de Música de Londrina

  • por Alea/ Doc
  • Apresentação no Teatro Ouro Verde (Foto: Divulgação FML)

A sintonia entre Londrina e a música teve início quando a cidade ainda dava seus primeiros passos. Dois anos após ser fundada, Londrina já abrigava o Colégio Mãe de Deus, criado para atender as primeiras famílias pioneiras. Desde 1945, a instituição tem em sua grade o ensino da música e é responsável pela formação de várias gerações. Em 1956, foi criado o Congresso de Música Mãe de Deus, abrindo as portas a implantação da Faculdade de Música Mãe de Deus.
Na década de 1970, Londrina estava envolvida por uma efervescência cultural muito grande e os Festivais Universitários faziam parte da cena da cidade. Os festivais reuniam vários tipos de manifestações culturais, como música, teatro e dança. O londrinense curtia o agito e nos anos seguintes os festivais começaram a mudar de cara para se transformar no FILO, o maior Festival de Teatro da América Latina.
Nesse cenário de explosão artística e cultural, nasce o Festival de Música da cidade. No dia 27 de julho de 1979, foi realizado o concerto de abertura do 1° Festival de Música Barroca de Londrina. O projeto inicial era realizar o festival na cidade de Antonina, no litoral do estado, mas por questões de infraestrutura o evento foi transferido para Londrina, sob a coordenação do músico Norton Morozowicz. Na verdade, o festival não foi somente de música barroca e contou com uma programação mais ampla.
O primeiro Festival foi curto e simples. Norton Morozowicz veio com a missão oficial de instituir o Festival e teve apenas alguns meses para organizar o evento. Apesar disto, o Festival contou com grandes nomes musicais, além de três cursos: o músico Helder Parente ministrou o de Música Antiga; o pianista Homero Magalhães ficou no comando do curso de Interpretação Pianística; e a historiadora Roselys Roderjan abordou a história das Músicas e Músicos do Paraná.
Novo nome

Em 1980, Norton Morozowicz muda o nome do evento para Festival de Música de Londrina. A segunda edição foi realizada de 02 a12 de julho e diferentemente da primeira que teve um caráter mais regional, esta já alcançava um formato maior. Contou com a participação de professores de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e outras cidades do Brasil e as apresentações foram mais diversificadas. O festival começa a crescer.

Na terceira edição, em 1981, o FML já era um grande sucesso. O público comparecia em peso às apresentações e os alunos vinham de longe para ter aulas no Festival. Coube ao pianista Marco Antonio de Almeida fazer um recital. Aliás, Marco Antonio participou de todos os festivais de Londrina como professor, até assumir o cargo de diretor artístico nos anos 1990.

Dois anos sem o FML

Os recursos enviados pelo Governo do Estado supriam o orçamento e o festival ganhava mais força. Com isso, a expectativa era que em 1982 o Festival fosse o maior de todos. Mas não foi o que aconteceu. O Festival de Música de Londrina não foi realizado em 1982, muito menos em 1983.

O FML retorna em 1984, em sua quarta edição, com toda a estrutura reorganizada. O objetivo era que o evento projetasse o nome de Londrina e do Paraná nacionalmente e que fosse motivo de orgulho para a cidade. O festival foi estendido de oito dias para três semanas. Junto com a ampliação, veio também uma importante mudança para a história do Festival de Música de Londrina, que passou a ser pedagógico, disponibilizando cursos com os melhores professores do Brasil e do mundo. Obviamente, a parte artística foi mantida, porém em novo formato.

O Festival de Música de Londrina cresceu em tamanho e qualidade e passou a oferecer um número muito maior de cursos e concertos e diversidade musical. O Festival de Música ganhou novos palcos. Além do Cine Teatro Ouro Verde, os concertos foram realizados em igrejas, escolas, praças, empresas, hospitais, calçadão, conjuntos habitacionais, shopping centers entre outros espaços da cidade.

Hoje, o Festival de Música de Londrina é referência nacional e chega a sua 35ª edição consolidado. “Fui diretor artístico de 1991 a 1994 e depois, de 2005 até hoje. Nesse período tivemos a introdução da Musica Popular Brasileira, dos Concertos Rurais, dos eventos open air no Zerão, de simpósios, encontros e concursos”, conta Almeida.

O FML leva o slogan de “Festival de Todas as Músicas e de Todas as Idades" com a participação média de 1.000 alunos, uma grade pedagógica de mais 50 cursos em todas as áreas e uma programação artística de 60 a 70 eventos em Londrina e região. “O balanço é positivo, de crescimento e reconhecimento nacional e internacional”, avalia o diretor artístico Marco Antonio de Almeida.

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