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No 32º FML uma ópera pelo telefone
A soprano Kalinka Daminiani, acompanhada pelo pianista Luis Cláudio Barros, interpreta mulher que tenta desesperadamente reconquistar seu amor em a Ópera Pocket – “A Voz Humana”
por 32º FML - Alea/Doc
Opera Pocket. Luis Barros, ao piano e Kalinka Damiani, soprano Foto: Elvira Alegre/Rubem Vital

Monólogos, tradicionalmente, estão ligados ao universo do teatro. Mas a peça “A Voz Humana”, do dramaturgo Jean Cocteau, com sua alta carga dramática, ganhou uma versão operística, que poderá ser acompanhada no 32º Festival de Música de Londrina (FML), no Teatro Crystal (r: Quintino Bocaiúva, nº 15), nesta quarta-feira (18), às 20h30. 

O texto de Cocteau, de 1930, foi musicado em 1959 pelo compositor, também francês, Francis Paulenc, que transformou a peça em uma ópera de um ato.  Para o FML, a ópera ganhou uma versão para soprano e pianista, na voz de Kalinka Damiani e pelas mãos de Luiz Claudio Barros.

 

A trama 

Na trama, uma mulher que é abandonada pelo seu amante, tenta, por telefone, convencê-lo de seu amor um dia antes do casamento dele com outra mulher. Nesta tentativa desesperada de reconquistar o homem amado, a mulher acaba encontrando no telefone também pessoas que estão em linhas cruzadas e uma operadora da companhia telefônica. “Nestes diálogos em que aparecem apenas a voz da mulher,  as falas passam pelo desespero, por situações engraçadas, nostálgicas. São mudanças sutis  que o público deve estar atento para perceber”, comenta Kalinka. Para ajudar a plateia nesta compreensão, a apresentação da ópera será legendada.

Kalinka,  no ano passado participou de uma montagem desta mesma ópera, mas acompanhada pelo pianista Carlos Harmuch, que também dirigiu o espetáculo. A soprano conta que está montagem está sendo um grande desafio para ela e para Barros, que já trabalham juntos, mas nunca haviam encenado a “Voz Humana” antes.  

Mas além da reconstrução do espetáculo, Kalinka observa que a peça em si é um desafio para ela. “Esta ópera utiliza uma outra linguagem, mais próxima do teatro. Que é diferente das óperas do período romântico,  que estou habituada, em que a música e o virtuosismo têm mais peso. Neste trabalho, o texto é o protagonista, e exige uma interpretação mais teatral”, comenta. Ela observa ainda que outra dificuldade é o fato de ela ser a única cantora em cena. “As óperas que fiz anteriormente tinham outros cantores, a gente se revezava, havia mais possibilidades para descansar. Agora não, canto 45 minutos sozinha”, afirma.

Barros diz que execução ao piano da ópera é um novo desafio em sua carreira. “A música muda o tempo todo de caráter, ritmo e andamento. E o pianista precisa prover a cantora com uma música que serve para dar o clima das diferentes situações que a personagem vive,  e  por vezes dialoga com a mulher, fazendo as ‘vozes’ dos personagens que não aparecem”, comenta.

 

 

Currículos

Considerado pelo pianista Nelson Freire como “um jovem de invulgar talento, dotado de grande sensibilidade artística e facilidade pianística”, Luis Cláudio Barros possui Bacharelado em Piano pela Escola de Música do Espírito Santo sob a orientação da pianista Célia Ottoni, a qual considera a maior influência artística em sua formação profissional. 

Durante o Bacharelado, recebeu convites para estudar no exterior (Inglaterra, Itália, EUA e Alemanha) e optou pela Eastman School of Music – NY, onde concluiu o Mestrado em Piano (Performance and Literature) na classe da renomada pianista Nelita True. Em 2008 terminou o Doutorado em Música na área de Práticas Interpretativas (Piano) na UFRGS, tendo como orientadores artísticos os pianistas Ney Fialkow e Catarina Domenici. Em 2006 e 2007 realizou o Estágio de Doutorado na Universidade de Connecticut (EUA) sob a co-orientação do Dr. Roger Chaffin, tendo trabalhado no Laboratório de Performance e Psicologia da Música.

É detentor de inúmeras premiações em Concursos Nacionais de Piano, destacando seis primeiros lugares em competições nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Distrito Federal e Paraná, além do segundo lugar e do Prêmio “Preferência do Público” no Concurso Sul-Americano seletivo ao Gina Bachauer International Piano Competition. Em 2009 fez parte do “Piano Faculty” no 14th World Piano Pedagogy Conference, nos EUA.  Desde 2000 é professor do Departamento de Música da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

 

Kalinka

Soprano catarinense graduada em Música pela Universidade do Estado de Santa Catarina, Kalinka Damiani aperfeiçoou-se com a soprano e professora Neyde Thomas. Foi integrante do projeto “Tela Lírica”, intercâmbio do Centro Cultural Teatro Guaíra e Universidade e Conservatório de Adria, Itália. Foi premiada como melhor soprano leggero no IV Concurso Maria Callas; 1° lugar e troféu ABAL de melhor intérprete de Carlos Gomes no Concurso Carlos Gomes; 1º Prêmio La Traviata no Concurso Aldo Baldin; 1° lugar – Concurso Bianca Bianchi e melhor intérprete de Mozart e grande prêmio do público no V Concurso Maria Callas.

Debutou em 1999, na ópera Elisir d"Amore no papel de Adina, no Teatro Guaíra em Curitiba. Protagonizou grandes títulos de óperas no Brasil e no exterior. Entre elas destacam-se La Traviata, Die Zauberflöte, I Capuleti e I Montecchi, La Serva Padrona, Il Guarany, Rigoletto, O Empresário, O Rapto do Serralho, Giulio Cesare, L Enfant et le Sortileges, Viúva Alegre, O Barbeiro de Seviglia e recentemente Lucia di Lammermoor na Temporada Internacional de Ópera de Medellin, Colômbia A convite da Embaixada Brasileira, apresentou-se em Roma, Itália, em comemoração aos 500 anos do Brasil.

Cantou o papel titulo na estréia mundial da ópera Zaira (composta1809) de Bernardo José de Souza Queiroz, primeira ópera composta em solo brasileiro. Em concerto foi solista da Nona Sinfonia de Beethoven, Requiem de Mozart, Exultate Jubilate de Mozart, A Criação de Haydn, O Messiah de Handel, Carmina Burana de Orff e Gloria de Vivaldi. Atualmente é professora dos cursos de Artes Cênicas e Música da Universidade do Estado de Santa Catarina. Sobre uma de suas performances em La Traviata a revista espanhola Opera Actual assim colocou: (...) "sobresalió Kalinka Damiani con una excelente preperación a nível vocal e interpretativo, con una voz de timbre elegante (...)”

 

Serviço:

32º Festival de Música de Londrina

Ópera Pocket – “A Voz Humana”

Kalnka Damiani (soprano) e Luis Cláudio Barros (piano)

Dia 18 de julho- quarta-feira

Teatro Crystal Palace (r: Quintino Bocaiúva, nº 15)

Às 20h30

Censura: 12 anos

Ingressos: R$ 15,00 inteira e R$ 7,50 a meia

Venda nas bilheterias do Shopping Royal Plaza das 10h às 18h.

No Teatro, após as 19h30.

 

Assinatura:

 

O Festival de música tem a direção artística do pianista Marco Antônio Almeida e é uma realização da Secretaria de Estado da Cultura - Governo do Estado do Paraná // Secretaria Municipal da Cultura - Prefeitura do Município de Londrina // Casa de Cultura - Universidade Estadual de Londrina e Associação de Amigos do FML. O evento tem o apoio do Londrina Convention Bureau.

 

Patrocínio: Lei de Incentivo a Cultura/ Ministério da Cultura, Caixa, Copel, Plaenge.

Co-patrocínio: Unimed, Colégio Maxi, Verniè Citröen, Marajó, SESI, Royal Plaza, Sonkey.

Apoio: Teatro Guaíra/ Conta Cultura, ACIL, Colégio Mãe de Deus, Sesc Paraná,  Artis Colegium, Paróquia Sagrado Coração de Jesus,Rádio Universidade, MultiTV, Itamaraty, Colégio Marista, Crilon Hotel, Sercomtel, Teatro Crystal, Restaurante Alameda, Informática & Cia e Sanepar.

 

 


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